A Música da América



América do Norte  
América Central e Caribe  
América do Sul



Embora o rótulo Música da América dê margem a várias conotações e, talvez por isso mesmo, nem seja muito empregado, ele será útil no Viaje na Música para facilitar a navegação. É mais comum encontrar o termo Música da América Latina, em contraposição às obras produzidas na América Anglo-Saxônica (Estados Unidos, Canadá, Belize, Guiana e um punhado de ilhas do Caribe). De fato, a música desenvolvida nos países que sofreram a colonização do antigo Império Britânico (aquele em que o sol nunca se punha) é diferente da chamada música latina, mas esta é outra expressão banal, sem maior profundidade. Também não há muita semelhança, por exemplo, entre o festejo peruano e o tango argentino, e quase todo mundo sabe que o samba não é rumba. Rótulos servem apenas para ordenar arquivos e economizar tempo.

Seguindo um critério puramente geográfico, na prateleira de Música da América do Norte, foram colocados todos os gêneros musicais que se afirmaram nos Estados Unidos, no Canadá e no México, países influenciados por culturas distintas. Parece que no México pré-colombiano, os músicos maias e astecas tocavam apenas em solenidades religiosas, quando usavam uma espécie de flauta conhecida como tlapitzalli, um outro instrumento de sopro com o som parecido ao do trompete e vários instrumentos de percussão. Com a chegada dos exploradores espanhóis e dos povos africanos escravizados, a música no México temperou-se em rancheras, corridos e outros estilos, executados pelos famosos grupos de mariachi. Filho de um violinista de mariachi, Carlos Santana é o mais aclamado músico mexicano, desde sua apresentação no antológico Festival de Woodstock.

No Caribe, destaca-se a internacional música de Cuba, de ritmos fortes como a salsa, o merengue, a rumba e o mambo, além do bolero, do cha-cha-chá e da nova trova cubana, que revelou artistas da dimensão de Silvio Rodriguez. Mas a Jamaica espalhou o reggae de Bob Marley pelo mundo inteiro, e Guadalupe disseminou o zouk do grupo Kassav.

Já a música brasileira sobressai na América do Sul, tanto pela variedade de gêneros, do samba ao maracatu, da bossa nova ao frevo, do choro ao baião, quanto pelo alcance mundial de inúmeros talentos musicais, de Tom Jobim a Jorge Benjor, de Caetano Veloso a Milton Nascimento, de Vitor Ramil a Lenine. Porém, a cultura sul-americana é mais vasta, desde as raizes incaicas da música andina, onde ainda é soprada a siku (a indefectível flauta-de-pã dos grupos peruanos), até o sofisticado tango argentino, de Piazolla, Gotan Project e Bajofondo, sem esquecer a revolucionária nova canção chilena, de Violeta Parra e Victor Jara.

Grande Música da América! E ainda tem o Canadá, terra de Oscar Peterson e Neil Young, e os Estados Unidos, do blues, do jazz, do country, do pop, do techno, do funk, do hip hop, do rhythm and blues e do rock and roll.

No vídeo abaixo, o mexicano Santana e a beninense Angélique Kidjo conduzem Adouma, com músicos da estirpe de John McLaughlin, Chick Corea, Herbie Hancock, Chester Thompson e Wayne Shorter, entre outros.